Entenda porque o vício é tão preocupante.
Praticidade, comodidade, diversão… São muitas as vantagens que os telefones celulares trouxeram a nossas vidas. Mas o uso excessivo pode trazer muitas desvantagens: estresse, improdutividade e falta de criatividade são apenas algumas.
A dependência do aparelho faz mal, inclusive, à saúde, gerando ansiedade, depressão, estresse, déficit de atenção e transtorno obsessivo compulsivo. Ficar tempo demais olhando para a telinha é capaz até de alterar o nível de neurotransmissores, resultando em insônia, nervosismo e falta de foco.
Mas por que mais de 40% dos brasileiros estão com vício em celular?
E o que fazer para vencer esse vício? Para descobrir, continue lendo!
Por que vicia?
Um dos motivos é a quantidade de notícias e novidades que surgem a cada segundo. O medo de perder alguma coisa é uma das principais causas da dependência dos
smartphones. O pânico de ficar “por fora” é tanto, que a primeira coisa que algumas pessoas fazem ao acordar é pegar o celular. Muita gente pega o telefone ainda dormindo!
Outra razão para esse vício é a mobilidade dos celulares — eles nos acompanham em todos os momentos, diferentemente dos computadores, que ficam presos à mesa. A questão é que justamente a liberdade de ir e vir com o celular é o que acaba nos mantendo presos a ele.
Além disso, podemos fazer qualquer coisa com o telefone: delivery, banco, mídias sociais, jogos, meditação, atividade física, alimentação… e até ligações! Para muitas pessoas, o celular se tornou um escritório completo. O problema é que ele nos deixa disponíveis o tempo inteiro, inclusive à noite e aos fins de semana, e muitas pessoas não desgrudam do aparelho com medo de perder e-mails, ligações e mensagens do chefe ou de algum cliente.
Analisando a partir do aspecto científico, muitos estudos já provaram que o vício em celulares é causado pelo mesmo motivo que faz as pessoas ficarem viciadas em jogos de azar — mesmo perdendo algumas partidas, quando ganhamos o jogo somos recompensados com uma sensação de bem-estar causada pela produção de dopamina, o hormônio da felicidade.
Em busca dessa mesma sensação, jogamos cada vez mais para tentar ganhar outra vez. Nos jogos de celular, o princípio é o mesmo. Além disso, também nos sentimos recompensados quando recebemos um elogio em uma rede social ou pelo WhatsApp. Nesse momento, o cérebro produz a dopamina e nos incentiva a buscar o celular para nos sentirmos bem.
Por que esse vício é tão perigoso?
De acordo com o site americano Dscount, as pessoas tocam em seus celulares mais de 5 mil vezes por dia! Algumas sofrem da síndrome do celular fantasma, quando sentem o aparelho vibrar ou ouvem o toque mesmo que ninguém esteja ligando.
Para garantir que não estamos perdendo nada, ficamos sempre de olho no aparelho. O problema é que, em vez de nos deixar mais tranquilos, essa atitude nos deixa ainda mais ansiosos, pois o cérebro libera cortisol, o hormônio do estresse.
Para quem depende do celular para o trabalho, o hábito de checar o telefone inclusive nos momentos de descanso é contraproducente, já que a ansiedade e a exaustão causam queda na criatividade, na concentração, na produtividade e até podem causar doenças que acabam afastando, à força, o funcionário do trabalho.
Mas não são só os momentos de trabalho que nos expõem a esse estresse. Prestar atenção a qualquer tarefa já é um trabalho difícil para a nossa mente. Quando precisamos nos concentrar, o cérebro faz um enorme esforço para isolar os estímulos ao redor: sons, cheiros, sensações… Se o celular está presente, fica ainda mais difícil prestar atenção. Mesmo que o aparelho esteja desligado, ele rouba nossa capacidade de focar.
Se você se considera uma pessoa multitarefa, saiba que, para a ciência, ninguém consegue dividir a atenção entre o que há para fazer e as notificações do celular. Quando o aparelho está perto, o cérebro simplesmente não aguenta trabalhar com eficiência, resultando em tarefas mal-feitas e de baixa qualidade. Isso porque dividir a atenção entre dois fatores ocasiona um estresse mental e emocional.
Prestar atenção é fundamental, pois só assim criamos memórias a longo prazo que nos ajudam a solucionar problemas e ter novas ideias. Viu só o perigo que esse vício representa?
Os reflexos do uso excessivo de celular já são uma realidade preocupante. Segundo pesquisas, o QI dos jovens está caindo. Mesmo com o aumento na produção e no acesso a informações, os níveis de inteligência caíram porque as pessoas não se comprometem a ler todo o texto e ficam focadas somente no título e no primeiro parágrafo (mas esperamos que você esteja lendo até aqui!).
Como superar o vício em celular?
Algumas atitudes simples podem ajudar. Uma delas é deixar o celular de lado em alguns momentos e tentar conectar-se consigo mesmo e com seus pensamentos. Reflita sobre as transformações que a tecnologia está causando na sua vida e se isso é interessante para a sua evolução pessoal.
O tempo e energia que investimentos nesse aparelho poderiam ser usados para produzir melhores trabalhos, conhecer novas pessoas, aprofundar relacionamentos e viver experiências reais e enriquecedoras.
Pergunte-se: você quer perder sua liberdade para passar ainda mais tempo olhando para baixo, para a tela do celular?
Dicas para se curar do vício em celular
- Deixe os grupos de trabalho no WhatsApp somente para recados importantes. Nada de bom dia, boa tarde e boa noite!
- Determine um horário para checar mensagens do trabalho e combine com seus colegas e clientes que só estará disponível até determinada hora.
- Ao realizar atividades que demandam mais atenção, desligue o celular e deixe-o fora da vista.
- Para não pegar o celular antes de dormir e ao acordar, compre um despertador e mantenha o celular fora do quarto.
- Se possível, tenha um celular exclusivamente para o trabalho e deixe-o no escritório em vez de levá-lo para casa.
- Nos fins de semana, tente ficar a maior parte do tempo desconectado.
- Na companhia de outra pessoa, ignore o celular e aproveite a conversa.
- Inclua na agenda programas em que o celular não é bem-vindo, como passeios no parque, cinema, atividade física, cozinhar para amigos e outros.