Fake news sobre saúde: proteja-se desta epidemia

Se no campo político essa prática já oferece sérios riscos, como manipulação e polarização, quando o assunto é saúde, as fake news podem ter consequências ainda mais graves. De receitas milagrosas que curam doenças aos alertas sobre a vacinação, as mentiras espalhadas sobre saúde se tornaram uma epidemia que pode ser fatal. Quer saber mais sobre o assunto e aprender a combater as fake news? Continue lendo e nos ajude a viralizar este conteúdo tão importante! Diagnóstico: como são construídas as mentiras on-line? Uma das fake news mais preocupantes se refere aos riscos da vacinação. Você já deve ter ouvido falar que os índices de imunização contra doenças como sarampo, rubéola e caxumba diminuíram. Mas como tudo isso começou? Há cerca de 20 anos, uma prestigiada revista publicou o artigo de um médico que dizia que, ao analisar 12 crianças que apresentavam traços de autismo, havia detectado um fator comum: todas elas carregavam vestígios de sarampo. Após inúmeros estudos comprovando o erro desse médico, ele perdeu seu registro, e a revista pediu desculpas pela divulgação do conteúdo falso, afirmando que, na verdade, as crianças não tinham nenhum vestígio de sarampo. Mas isso não foi o suficiente para deter o estrago. Em busca de cliques, páginas sensacionalistas distorceram essa informação, fazendo parecer que a vacinação representa um risco. O Brasil, que já foi exemplo mundial pelo sucesso das campanhas de vacinação em massa, hoje enfrenta a possibilidade de que doenças como a poliomielite, que havia sido erradicada no país em 1989, voltem a ser uma ameaça para milhares de crianças. Tudo começa assim: os autores de fake news criam mentiras a partir de um conteúdo verdadeiro, mas com informações exageradas e falsas. Por exemplo: se algum estudo indica que o consumo de determinado alimento colabora com o controle da glicemia, cria-se uma notícia com imagens e textos apelativos afirmando que aquele alimento pode curar o diabetes, substituindo o tratamento convencional. O mais cruel é que usam doenças graves e ainda sem cura para fisgar leitores desavisados. Segundo um levantamento realizado pela Revista Veja, os temas mais frequentes de fake news são câncer, diabetes e emagrecimento. Por que as pessoas acreditam? Além de serem atraídas pelo tema, as vítimas de fake News são capturadas por imagens e títulos de teor altamente sensacionalista, com tratamentos que prometem cura rápida e indolor. Também é comum acrescentarem falsos dados na tentativa de agregar credibilidade ao conteúdo. Outro fator é que as pessoas tendem a acreditar naquilo que reforça seus medos, como é o caso das vacinas. Segundo uma análise feita pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts entre 2006 e 2017 no Twitter, a probabilidade de compartilharem uma fake news é 70% maior do que de uma notícia verdadeira. Tratamento: o que as empresas têm feito para conter as fake news? Companhias como Google e Facebook têm um papel fundamental no combate às notícias falsas, mas as estratégias ainda não se mostraram eficientes. Na rede de Mark Zuckerberg, páginas como “Cura pela natureza” acumulam milhares de curtidas e compartilhamentos. Na busca por “cura do câncer”, os primeiros resultados apresentados pelo Google são fake news. Olha só o que algumas companhias fazem atualmente: Facebook: trabalha com agências de checagem de dados de universidades para identificar mentiras e reduzir seu alcance. Google: busca reduzir o fluxo de audiência e de publicidade em sites que considera mal-intencionados. Em parceria com o Hospital Albert Einstein, o Google Brasil produz conteúdos informativos sobre as doenças mais pesquisadas. WhatsApp: está realizando um teste informando ao destinatário se a mensagem recebida é de autoria do remetente ou se foi simplesmente encaminhada. O Ministério da Saúde também entrou na batalha, investindo em uma equipe exclusiva para monitoramento de notícias falsas sobre saúde. Existe cura para as fake news? A participação de cada um é fundamental. Ao adotar estratégias simples, você contribui para que notícias falsas sejam cada vez menos acessadas e compartilhadas. Viu uma notícia muito apelativa? Caso o assunto seja de seu interesse, não compartilhe antes de ler todo o conteúdo e ter certeza de que a fonte é confiável. Numa pesquisa do Instituto Reuters, 60% dos entrevistados compartilharam uma notícia depois de ler apenas a manchete. Então, nada de preguiça! Lembre-se que isso pode prejudicar a saúde de alguém. O melhor remédio continua sendo acessar dados confiáveis e checar cada informação. E quando o assunto é saúde, a melhor fonte de consulta está fora da internet, no consultório médico! Chega de Doutor Google! Na dúvida, melhor não recorrer ao Doutor Google. Alguns sites foram criados especificamente para combater mentiras e fornecer informações verdadeiras sobre saúde. Ministério da Saúde: disponível pelo Disque Saúde (136), pelo Facebook e pelo chat no site. Rede Causadores Oncoguia: criado pelo Instituto Oncoguia, o projeto treina pacientes para combater as fake News relacionadas ao câncer. Os influenciadores publicam artigos e vídeos para desmentir rumores e divulgar fatos confiáveis. Responde a dúvidas através do WhatsApp.